sexta-feira, 6 de março de 2009

Gato Malhado e Andorinha Sinhá

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá é a obra que estamos a estudar na aula de Língua Portuguesa.


Esta obra de Jorge Amado é baseada na trova de Estêvão da Escuna, poeta popular baiano:


«O mundo só vai prestar

Para nele se viver

No dia em que a gente ver

Um gato maltês casar

Com uma alegre andorinha

Saindo os dois a voar

O noivo e sua noivinha

Dom Gato e Dona Andorinha»


Esta fábula dos tempos modernos conta a história de amor entre um gato, uma criatura feia, egoísta e solitária, e uma bela e gentil andorinha. Com a duração de três estações, o improvável romance entre as duas criaturas das «profundas do passado quando os bichos falavam» sobrevive às críticas sociais, à diferença de idades e às diferenças de carácter de cada um, mas… «uma andorinha não pode, jamais, casar com um gato».


A paixão entre os dois animais é uma narrativa que a Manhã contou ao Tempo. Este prometera-lhe uma rosa azul se a história que ela lhe contasse fosse boa. A Manhã narrou-lhe uma história que ouviu ao Vento que andava perdido de amores por ela.
Assim, a história de amor do Gato Malhado e da Andorinha é contada pelo Vento, chegando, entretanto, aos ouvidos do narrador. Este último narra-nos o desenrolar dessa paixão através da intensidade das conversas entre estas personagens e dos seus longos passeios.


O Gato Malhado era um gato já velho, mal-humorado e muito mau. Um dia, todos os animais do parque fugiram do gato, mas uma jovem e bela andorinha permaneceu num ramo de uma árvore. Discutiram, mas, a partir daí, só pensavam um no outro. Uma manhã, depois de muito esperar que a andorinha viesse pousar num galho da árvore por cima dele, desiludido pela ausência da amada, decidiu ir-se embora. Foi caminhando pelo parque e, quase sem dar por isso, chegou a casa da Andorinha. Passaram, então, a encontrar-se todos os dias para passear e conversar.


Foi-se a Primavera e já no fim do Verão, o Gato disse à Andorinha que, se não fosse um gato, a pediria em casamento. A andorinha ficou calada, voou rente ao gato e tocou-lhe de leve com a asa esquerda, depois ganhou altura e olhou-o de longe. No parque, corria o rumor que a Andorinha namorava com o Gato e todos os animais os criticavam.
Foi no terceiro dia de Outono que o Gato recebeu uma carta triste da Andorinha que dizia “Uma andorinha não pode jamais casar com um gato”. E no último dia de Outono, depois de terem percorrido “todos os lugares que haviam aprendido a amar na Primavera e no Verão”, quando a noite chegou, a andorinha disse ao gato que ia casar-se com o Rouxinol e partiu sem olhar para trás. Desde então, o Gato Malhado passou a andar triste e sozinho.


No Inverno, o Rouxinol e a Andorinha Sinhá casaram-se e foi tanta a tristeza do Gato Malhado, que ele decidiu caminhar até ao Fim do Mundo. Foi a última vez que se viram. A Andorinha deixou cair uma pétala de rosa sobre o Gato e ele colocou-a no peito, parecia uma gota de sangue.


A história tem um desfecho triste, mas termina com a Manhã a ganhar a rosa azul prometida no início da história pelo Tempo.
A fábula contém uma moralidade: Há que desaprovar a intolerância e os preconceitos sociais e culturais.
O autor recorre ao mundo dos animais para mostrar o comportamento humano, neste caso, para criticar as consequências da intolerância.

1 comentário:

Anónimo disse...

Isto é que é uma professora