
As palavras
São como um cristal, as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E, mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe,
assim, cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
São como um cristal, as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz

E, mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe,
assim, cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
7 comentários:
É um poema muito bonito. Faz pensar.
Sou E.E. de um educando do 8C, e acho que este blog está muito bonito este ano. A professora de português está muito empenhada e sei que os alunos gostam muito dela.
Eu também estou a gostar desta página, então este poema muito bonito.
Eu ando a seguir este trabalho, porque tenho filhos nessa escola, e vejo que agora que eles sabem mais, está a ficar mais bonito.
Parabéns a todos.
Parabéns a todos, o trabalho que estão a fazer mostra bem o empenho e dedicação que têm, principalmente o insentivo que os professores estão a dar para este trabalho.
Parabéns continuem assim.
Cristina
Tenho andado a ver esta página está muito bonita como já disse várias vezes e fiquei encantada com a imagem da data e da nuvem os alunos tiveram nuito bom gosto condiz com esta época, mas hoje fiquei triste porque estava à espera de ver mais um verso e ninguêm escreveu nada.
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