Da minha janela...

Da minha janela…

Era uma noite sombria e medonha. A chuva caía depressa e amarga e o frio reinava em todo o lado. O vento corria como se não houvesse amanhã, agitando o baloiço velho do jardim. As árvores quase despidas, impotentes pela violência do vento, lá largavam as últimas folhas que, teimosamente, se agarravam aos ramos…era Inverno e eu estava à janela…

Raquel Silveira

O que vejo da minha janela?!!!

Da minha janela vejo tudo...tudo o que é possível e impossível...o real e o imaginário. Posso limitar-me apenas a um ponto, ou ver tudo aquilo que quero...vejo o céu azul que me faz andar nas nuvens, ou estrelado, que me faz sonhar acordada.

Posso ver o sol brilhar a iluminar os dias ou a lua cintilante, tornado a noite mais clara e a escuridão menos aterradora.

Posso ver as árvores a crescer e as suas folhas enfeitando, com as sombras, a noite...
Posso sentir o vento forte e frio do Inverno ou a brisa quente e leve do Verão...

Posso ouvir as mais belas melodias cantadas pelos pássaros e posso voar com eles...sair, pela janela, viajar...e assim ser feliz!!

É o que vejo do meu quarto que me faz viver, que me dá vontade para continuar e ir cada vez mais longe!

Lara Carvalho